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ENCICLOPÆDIA

BIOGRÁFICA DE

ARQUITETAS e ARQUITETOS

DIGITAL 

"EBAD" - DESDE 2015 - by Silvio Durante
Louis Henry Sullivan,
♦ 3 de Setembro de 1856, Boston (E.U.A)
† 14 de Abril de 1924, Chicago (E.U.A)

PERFIL BIOGRÁFICO:

 

Louis Henry Sullivan nasceu em Boston, Massachusetts de imigrantes: o pai era da Irlanda e a mãe era da Suíça. Seu pai era professor de dança e por isso Sullivan cresceu em um ambiente ligado à arte. Sua família e os frequentadores de sua casa eram muito ligados à dança, desenho e musica.

 

Segundo sua autobiografia, ele havia decidido em torno de 11 anos que queria se tornar um arquiteto e isso evidenciou-se ainda mais quando sua família se mudou para Chicago em 1868.


Louis ingressou em 1872 no programa de Construção e Arquitectura do Instituto de Tecnologia de Masachusetts (MIT), a única escola de arquitetura do país na época. Louis Henry Sullivan foi aceito como aluno especial mesmo sem um diploma do ensino médio, depois de passar uma rigorosa bateria de testes.

 

Mas Louis não se adaptou à proposta pedagogica do MIT e deixou a faculdade em junho de 1873 e passou a trabalhar com o arquiteto Frank Furness, um inovador arquiteto da Filadélfia responsável por vários edifícios importantes em estilos revivalistas. A influência de Furnes na formação de Sullivan foi impactante, principalmente pelo fato do revivalismo prezar pelo excesso decorativo e detalhismo nas fachadas, algo que Sullivan utilizou ao longo da carreira. 

 

Com a recessão econômica, as encomendas do escritório de Furnes diminuiram e por conta disso ele dispensou Sulliva, que volta para Chicago onde encontra o engenheiro e arquiteto William Le Baron Jenney, um pioneiro da construção de estrutura metálica em edifícos altos. Depois de seis meses com Jenney, Sullivan foi estudar na Escola Nacional de Belas Artes de Paris, e teve como professor outro representante do revivalismo, o arquiteto francês Joseph Vaudremer. 

 

Mas como ocorreu no MIT, ele também não se adaptou à estrutura de ensino desta instituição e voltou para Chicago em junho 1875, atuando ativamente desta vez como desenhista free-lance.

 

Na volta aos E.U.A, Sullivan faz parceria com Dankmar Adler, um arquiteto que passou a interessar-se pelos talentosos desenhos de Sullivan. Ele formam um escritório em 1883, chamado Adler & Sullivan, e projetam cerca de 180 edifícios dos mais diversos tipos como residências individuais ou múltiplas, edifícios comerciais, fábricas, teatros, salas de música, e auditórios; armazéns, estábulos, mausoléus, estações ferroviárias e bibliotecas.


Adler e Sullivan complementavam-se perfeitamente. Adler era um notavel engenheiro acústico e estrutural mas com muitas limitações como designer. Sullivan ao contrário era um homem da arte. O reconhecimento da dupla viria com uma estrutura grandiosa, o Auditório de Chicago, construido entre 1886-1890.

 

Com as soluções estruturais de Adler, que usando o concreto armado permitia o aumento de tamanho e resistencia das vigas, aumentando assim os vãos e a consequente entrada de mais luz natural no interior de seus edifícios, bem como uso de pilares para suportar a carga do edifíco, liberando a parede apenas como vedação, Sullivan podia desenhar edifícios até então impossiveis de serem concebidos, em se tratando de altura.

 

Sua solução para o problema arranha-céu era uma questão de tempo. Por volta de 1890, o jovem arquiteto Frank Lloyd Wright, era seu principal assistente na época. Sullivan esboçou sua teoria dos arranha-céus seis anos mais tarde, 1896, em seu mais famoso ensaio "The Tall Office Building Artistically Considered". Ele dizia que os edifícios de escritórios deveriam seguir três funções: os primeiros pavimentos estavam destinados às moradias e ao acesso aos pisos superiores; acima destes,um número indefinido de pavimentos-tipo de escritório, com um quadriculado uniforme de janelas e pilares constituindo a fachada; e o piso superior, que abriga a parte técnica do edifício, destaca-se como um sótão de encerramento do edifício. Assim,os arranha-céus adotavam o ideal típico de base, fuste e capitel das colunas clássicas. Nasce assim o Verticalismo, típico dos arranha-céus de Sullivan.


Louis Sullivan projetou o Edifício Wainwright de acordo com sua teoria. Nesse ensaio ele disse a célebre frase que seria o ícone do modernismo: "a Forma sempre segue a Função.


Em 1895, a reputação Louis Sullivan tinha cruzado o Atlântico e ele foi premiado com uma medalha no ano seguinte pela União Centrale des Arts Décoratifs em Paris, que exibiram modelos de sua obra. A Escola de Artes Aplicadas de Moscou também pediu Louis Henry Sullivan para emprestar exemplos de seus projetos. Muitas conferências ele realizou ao redor do mundo sobre seus arranha-céus.


Com a depressão econômica a partir de 1893, a pior do século XIX dos EUA, a empresa começa a declinar e Adler encerra a parceria em 11 de Julho de 1895, para se tornar consultor de arquitetura gerente de vendas para a Elevator Company. Adler não iria retomar a parceria, acreditando que Sullivan lhe tinha menosprezado. Sullivan continuou sozinho no antigo escritório. Chegaram ainda a projetar juntos uma única vez após o rompimento: uma loja de departamento em 1898. Dankmar Adler morreu repentinamente de um acidente vascular cerebral em 16 de abril de 1900, com a idade de 55 anos.

 

O restante da carreira de Henry Louis Sullivan foi uma triste história de declínio, não pela capacidade criativa ou do poder intelectual do arquiteto, mas em sua capacidade de obter clientes. De 1895 até seu último trabalho de arquitetura em 1922, Louis Sullivan recebeu cerca de 56  encomendas, mas apenas 31 foram executados.

 

Sullivan enfrentou problemas de alcoolismo em seu final de carreira, motivo que levou o afastamento de vários clientes. Suas principais obras após 1900 foi uma sua série de oito bancos projetados para o Banco Nacional da Fazenda

 

Seguiram-se encomendas para bancos menores em Cedar Rapids e Grinnell, Iowa; Newark e Sidney, Ohio; Columbus, Wisconsin; Manistique, Michigan; e West Lafayette, Indiana, projetado em 1914.


Em seus últimos anos, a escrita passou a ser sua principal ocupação. Louis Sullivan foi provavelmente o primeiro arquiteto norte-americano a afirmar que a arquitetura era fundamentalmente uma expressão da vida social. Seu anti-historicismo e sua interpretação cultural do projeto foram amplamente utilizados por Frank Lloyd Wright, entre outros da geração seguinte que lhes deram lugar permanente no rol dos grandes arquitetos.

 

Com o fim de sua profissão como arquiteto, Sullivan escreveu sua autobiografia e um livro sobre ornamentações arquitetonicas. Em dificuldades financeiras, teve de vender muitos bens pessoais entre eles sua riquissima biblioteca pessoal de arquitetura.

 

Louis Sullivan sobreviveu seus últimos anos em grande parte por conta das doações de amigos, como os arquitetos Sidney  Adler (o filho de Dankmar), Max Dunning e principalmente Frank Lloyd Wright. Sullivan morreu em 14 de abril de 1924, vitima de complicações de doença renal e inflamação dos músculos cardíacos.

 

Louis Henry Sullivan foi enterrado em 16 de abril de 1924, ao lado de seu pai, Patrick, e sua mãe, Andrienne, em Chicago de Graceland Cemetery. Wright pagou todas as despesas do funeral.

 

Apesar do final triste, Loius Sullivan é considerado um dos maiores arquitetos de todos os tempos.

Louis Sullivan

Foto de 1895

OBRAS SELECIONADAS:

 

> (1) Mausoléu Wainwright , Bellefontaine Cemetery, St. Louis (1892)

> (2) Mausoléu de Martin Ryerson , Graceland Cemetery, Chicago (1887)

> (3) Edifíco Wainwright, St. Louis (1890)

> (4) Prédio da Union Trust, St. Louis (1893

> (5) Schlesinger & Mayer Store, Chicago (1899–1904)

> (6) Auditorium Building, Chicago (1889)

> (7) James Charnley House, Chicago (1891–1892)

> (8) Guaranty Building, Buffalo (1894)

> (9) Bayard Building, New York City (1898)

> (10) St. Paul United Methodist Church, Cedar Rapids, Iowa (1910)

< (11) National Farmer's Bank, Owatonna, Minnesota (1908)

> (12) Babson House, at Riverside, Illinois, (1907) 

> (13) Van Allen Building, Clinton, Iowa (1914)

> (14) Holy Trinity Russian Orthodox Cathedral and Rectory, Chicago (1900–1903)

- Referencias:

 

- GLANCEY, Jonathan. Guia Ilustrado de Arquitetura. Trad. Laura Alves e Aurélio Rebello. Rio de Janeiro: Zahar, 2012.

 

- KOEPER, H.F. Louis Sullivan. American architect. Enciclopedia Britannica. Disponivel em http://global.britannica.com/biography/Louis-Sullivan. Acesso em 12 de dezembro de 2015.

 

- Rory Stott. "Em foco: Louis Sullivan" [Spotlight: Louis Sullivan] 03 Set 2015. ArchDaily Brasil. (Trad. Baratto, Romullo) Acessado 12 Dez 2015. <http://www.archdaily.com.br/br/626678/em-foco-louis-sullivan>

 

- Site do Documentário do Arquiteto - louissullivanfilm.com. Acesso em 11 de dezembro de 2015

 

- The Great Buildings. Louis Sullivan - Biography. Disponível em http://www.greatbuildings.com/architects/Louis_H._Sullivan.html. Acesso em 12 de dezembro de 2015.

 

- ZAGO, Gustavo. FIRMINO, Débora. Louis Sullivan – Uma obra pessoal como critica aos seus contemporâneos. Do Blog Sullivan e Wright. Disponivel em http://sullivanewright.blogspot.com.br/2011/06/louis-sullivan-uma-obra-pessoal-como.html. Acesso em 12 de dezembro de 2015.

Como citar este documento:

Enciclopædia Biográfica de Arquitetos Digital

Autor(es) do verbete:: DURANTE, Silvio
Título: Louis Sullivan

Documento nº: S30

Disponível na Internet via:
Última atualização: 12/12/2015

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